Você tem enfrentado problemas no relacionamento?
E tem notado que o comportamento do seu filho anda alterado?
Entenda a possível relação entre uma coisa e outra e saiba o que fazer para lidar com a situação.
Na semana passada, recebemos a seguinte mensagem de uma seguidora:
“Eu e meu marido temos brigado muito. Nosso filho mudou o comportamento e parece muito irritado boa parte do tempo. Será que uma coisa tem a ver com a outra?”
E a nossa resposta é…
Investigue. Pois, sim, é muito possível que a criança esteja sendo afetada pelas mudanças no ambiente familiar.
Um estudo realizado pelo portal médico WEBMD, nos Estados Unidos indicou que a grande maioria dos adultos que estão vivenciando situações de estresse, não conseguem perceber que a criança também está.
Participaram desse estudo pais de 432 pais de crianças de até 13 anos.
Isso pode se tornar um grande problema porque a criança está indicando que precisa de suporte emocional e, talvez, os pais estejam tão envolvidos com suas situações que não entendam os sinais.
Ao não receber o suporte emocional necessário, a criança pode passar a apresentar sintomas de estresse infantil, algo que muitos adultos sequer sabem que é possível acontecer.
Mas assim como os adultos, crianças também desenvolvem estresse ao precisar lidar com sentimentos e emoções conflitantes.
Dito isso, estamos aqui para apoiar vocês.
E para efetivar esse apoio, temos três objetivos nesse texto:
Ajudar você a identificar se os seus filhos apresentam sinais de estresse infantil.
Contribuir para que você lide com problemas no relacionamento de forma eficaz e saudável para que a harmonia familiar seja restaurada e todos fiquem bem.
Apresentar a você a comunicação não-violenta como um importante recurso para o casal lidar com problemas no relacionamento com diálogo.
Primeiramente, como identificar na criança os reflexos dos problemas de relacionamento dos adultos?
Vamos começar contribuindo para que você consiga identificar o impacto da crise conjugal nas crianças.
Ressaltamos que a ideia não é se culpar pelo que as crianças sentem, afinal de contas mesmo os casamentos mais sólidos enfrentam crises e todos da família passam por isso juntos.
Nossa proposta não é trazer um peso a mais para você, mas sim oferecer caminhos para que crianças e adultos encontrem recursos para lidarem com essa situação.
Afinal de contas, só podemos lidar com aquilo que enxergamos.
Você deve ficar mais atento(a) se observar os seguintes sinais nos seus filhos:
Distúrbios do sono (dormir muito, pouco ou não dormir).
Dificuldade de aprendizagem que antes não existiam.
Mudança súbita de comportamento da criança.
Humor constantemente alterado.
Alterações na saúde física, adoecendo com mais frequência e facilidade.
Esses são sinais que apontam para sintomas de estresse infantil.
Pode ser necessário a criança receber atendimento psicológico e o casal ingressar numa terapia de casais.
Ao mesmo tempo, o casal precisa encontrar formas de lidar com problemas no relacionamento de forma saudável. E a nossa sugestão é que conheçam e pratiquem a comunicação não-violenta.
Vou apresentar algumas contribuições da comunicação não-violenta para lidar com problemas no relacionamento, mas antes de mais nada entenda melhor o impacto desses problemas nos filhos.
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5 consequências dos problemas no relacionamento para os filhos
Esses são alguns dos principais impactos dos problemas de relacionamento nos filhos.
1. Não receber a atenção que precisa.
Antes de tudo, é preciso entender que muitos pais quando precisam lidar com problemas no relacionamento naturalmente tornam-se mais indisponíveis e podem não conseguir atender todas as necessidades de atenção da criança.
2. Ser pressionada o tempo inteiro.
“Faça agora”, “Não vou falar de novo”, “Você precisa obedecer”. Pais que estão lidando com problemas no relacionamento costumam ficar com a paciência reduzida.
E isso afeta a criança que é pressionada a “incomodar o menos que puder”, dessa forma ela não gera mais desgaste nos adultos.
3. Sentir culpa por presenciar ou saber que os pais estão brigando.
Nenhuma criança deveria presenciar os pais brigando, pois isso gera muitos sentimentos conflitantes, que nem sempre são cuidados como deveria para a criança recuperar a sua tranquilidade.
4. Estar exposta a uma comunicação com gritos e ofensas.
Um lar que tem muitos gritos e ofensas faz com que o padrão de comunicação daquela família se torne violento e tóxico. Mesmo que os gritos e ofensas não sejam dirigidos à criança, ela é impactada.
5. Presenciar ou ser vítima de comportamentos abusivos.
Por último, temos uma tendência a naturalizar violências e agressões, especialmente se elas acontecem dentro de casa.
Mas saiba que não é natural pessoas resolverem conflitos usando violência verbal, chantageando, manipulando, difamando, desmerecendo o outro.
Ao contrário, esses são comportamentos abusivos que devem ser identificados e trabalhados para que o casal mantenha o respeito entre si e o equilíbrio no lar.
Dessa forma, é necessário entender o impacto emocional gerado nas crianças a partir dessas experiências.
Afinal, de acordo com matéria divulgada na Folha de São Paulo, psicólogos indicam que a criança pode se tornar ansiosa ao ser exposta a tais estímulos.
Em síntese, crianças que passam por essas vivências têm maior tendência a desenvolver:
Ansiedade.
Insegurança.
Dificuldades relacionais.
Comportamentos agressivos.
Sentimento de culpa, especialmente se for menor que 5 anos.
Diante disso, se você está se identificando com esse texto, imagino que esteja pensando:
“Não quero isso para meus filhos. Como lidar, então, com problemas no relacionamento de forma a não afetar as crianças?”
É nesse sentido que eu quero apresentar a você a comunicação não-violenta como um importante recurso para que vocês passem a conversar sobre o que precisam, antes que a conversa vire uma grande troca de acusações e ofensas.
Comunicação Não Violenta enquanto ferramenta para lidar com problemas no relacionamento
Uma das grandes barreiras que casais enfrentam na hora de resolverem problemas no relacionamento é a dificuldade de iniciar conversas difíceis e sustentar a presença nela, dialogando com respeito e clareza.
É bastante comum o que poderia ser um diálogo efetivo e amoroso, que cuidasse dos interesses de ambas as partes, virar um cenário de guerra, repleto de ofensas, acusações e culpabilizações.
Já diz o ditado:
“Não é o que você diz, mas como diz”.
E essa frase guarda uma grande verdade porque para superar problemas no relacionamento é necessário colocar em palavras tudo aquilo que foi se acumulando.
Mas como fazer isso sem causar ainda mais brigas, mágoas e rupturas?
Um dos caminhos possíveis é usar a comunicação não-violenta, que foi desenvolvida pelo psicólogo Marshall Rosenberg e acumula uma série de adeptos e praticantes dessa nova forma de se relacionar.
Em síntese, a prática é baseada em princípios da não-violência e tem como objetivo ajudar as pessoas a resolverem conflitos a partir de conversas que sejam baseadas em:
Empatia com o outro.
Interações que gerem conexão ao invés de desconexão.
Responsabilidade com nossos próprios sentimentos.
Respeito aos sentimentos dos outros.
Identificação do que, de fato, precisa ser comunicado.
Exclusão de toda e qualquer escolha de palavras que violente o outro.
Em outras palavras, a comunicação não-violenta é um caminho seguro para você lidar com os problemas de relacionamento com o intuito de usar uma linguagem que facilita a conexão e não a ruptura.
Com isso, o casal poderá experimentar uma nova forma de se relacionar, que ajudará não só na resolução de seus problemas, assim como na manutenção de um ambiente familiar adequado para os filhos crescerem emocionalmente saudáveis.
Passos iniciais para praticar a Comunicação Não Violenta para resolver problemas no relacionamento
Em primeiro lugar, apresentarei para você 2 passos que vão contribuir para você iniciar a sua prática de comunicação não-violenta, mesmo sem ainda ter estudado de forma profunda sobre o assunto.
1.Reconheça a violência que todos nós movimentamos ao discutir
Segundo Marshall Rosenberg, no seu livro “Comunicação não-violenta, técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais”:
“Nossas palavras não raro induzem à mágoa e à dor, seja para os outros, seja para nós mesmos”.
Portanto, faça uma lista de coisas que você percebe que magoam o seu par quando você diz. Escolha não se comunicar mais dizendo essas palavras e cuidando também da forma.
Entenda que estimular sentimentos conflitantes bloqueia a escuta do outro. E você não quer isso. Você deseja receber escuta.
Comprometa-se a buscar formas de conexão ao invés de desconexão.
Identifique os seus sentimentos e fale sobre eles
Antes de iniciar uma conversa, na qual você falará sobre os problemas no relacionamento, tenha clareza de quais são os sentimentos que tem passado por você.
Faça uma lista desses sentimentos.
E escolha falar sobre eles ao invés de começar a sua fala acusando o outro.
Perceba a diferença:
Falando sobre o outro:
“Você só me magoa!”
A pessoa pensa: “Pronto. Eu sou a vilã da história”.
Falando sobre sentimentos:
“Eu fiquei magoada quando isso aconteceu”.
A pessoa pensa: “Nossa, não era essa a minha intenção”.
Agora imagine uma conversa na qual você se comprometa a retirar da sua fala tudo o que você entende que bloqueia a escuta do outro.
E que fale somente sobre o que está acontecendo com você, se abrindo também para ouvir o que está acontecendo com o outro.
Percebe como essa prática pode ser fundamental para você salvar a sua relação e a harmonia familiar, restaurando laços com seu par e oferecendo aos filhos um lar no qual as pessoas sabem dialogar?
Pois é. Boa prática para você.
Esse texto fez sentido para você? Esses aqui vão fazer ainda mais.
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