Como ficou a sua carreira depois da maternidade?
No ano passado, o Instituto TeApoio lançou a pergunta nas nossas redes.
Recebemos 390 respostas.
As três respostas a seguir sintetizam o sentimento geral:
“Sinto que meu trabalho me sustenta, mas não me completa”.
“Depois de me tornar mãe, veio a necessidade de buscar algo novo, onde eu possa fazer algo a mais”.
“Minha insatisfação atual com o trabalho me levou a buscar algo que fizesse sentido para mim e a minha maternidade”.
Significativas essas respostas, não acha?
Se identificou com alguma delas?
A maternidade chega arrebatadora.
Com suas crises e amores.
E a crise profissional é uma constante para muitas mulheres.
Talvez você esteja vivenciando essa mesma crise.
Muitas das tarefas e funções antes desempenhadas perdem totalmente o sentido.
Isso acontece ou aconteceu com você?
Quero te avisar que isso não é exclusividade sua.
Cerca de 50% das mulheres que retornam ao trabalho após a maternidade abandonam suas carreiras em até 12 meses.
Pesquisa FGV, realizada com 247 mil mulheres.
Isso acontece por inúmeras razões.
Algumas mulheres sentem o grande despreparo da sociedade em entender e lidar com as demandas dos bebês e das mulheres que cuidam desses bebês.
Outras questionam o resultado do seu trabalho, o que entregam para o mundo.
É o suficiente para deixarem os seus filhos em casa para irem trabalhar?
Você já se fez essa mesma pergunta?
Dificuldades em aliar maternidade e carreira
Abrimos o texto com a seguinte pergunta: “Como ficou a sua carreira após a maternidade?”.
Cerca de 390 mães responderam ao nosso questionamento.
Além das três primeiras respostas do início do texto, vamos compartilhar mais algumas.
Elas representam as mais diversas realidades de mães diante do desafio de manterem a sua carreira.
“Tenho 2 faculdades e não posso trabalhar, pois não consigo trabalho em tempo parcial ou meio período. Não quero e nem tenho com quem deixar meus filhos depois da aula, por isso gostaria de trabalhar apenas enquanto estivessem na escola, mas parece ser impossível!”.
(Vanessa Nunes)
“Estressante, exaustiva, angustiante. Eu me canso mais no cuidado dos meus filhos do que no trabalho, isso porque sou professora imagina”.
(Daniele Queiroz)
“Que carreira?? Depois de mais de 2 anos em casa não tive coragem de voltar a fazer o que fazia antes. Larguei minha profissão de formação e fui empreender. Muito difícil voltar ao mercado de trabalho que não está preparado para lidar com mães”.
(Flavia Santos)⠀⠀⠀
“Eu mudei de cidade e de profissão porque a que eu estava exercendo não ia dar pra conciliar com a uma maternidade presente. Era gerente numa empresa e morava muito longe do trabalho”. (Sara Ribeiro)
A partir desses e de tantos outros relatos, fica evidente o tanto de carga mental e emocional que as mães precisam carregar.
Elas precisam dar conta de cuidar:
Das múltiplas e urgentes necessidades da criança.
Dos conflitos internos que surgem com tanta mudança e entrega.
Das emoções despertadas pela sobrecarga e pela perda de identidade.
De voltar para o mercado de trabalho ou planejar o que vão fazer daqui em diante.
Além disso, são também elas que cuidam…
Da casa.
Da comida.
Da relação.
Da saúde.
De si mesma.
Elas também precisam administrar uma carreira.
Diante desse cenário, a pergunta que fica é:
Será mesmo 50% das mulheres deixaram suas carreiras apenas pelo desejo de se dedicarem apenas à maternidade?
No entanto, a realidade mostra que para 50% dessas mães, a resposta para essa pergunta é:
Não.
Elas costumam deixar seus empregos ou serem mandadas embora por dificuldades de conciliar as duas coisas.
Lembrando que para muitas mulheres a dedicação exclusiva à maternidade não é uma escolha.
Não existe essa opção.
Muitas vezes, é delas que vem a única renda para o sustento dos seus filhos.
A maternidade leva mulheres a desistirem de suas carreiras?
Não vemos mulheres desistirem da carreira por terem tido filhos.
O que vemos são mulheres desistindo de:
Tentarem se adaptar às condições de trabalho degradantes.
Terem que provar que sua capacidade profissional não muda a cada filho que ela gera.
Explicarem para o chefe que a criança está doente e precisa da mãe.
Ficarem sobrecarregadas, por não terem rede de apoio.
Fazerem caber 48 horas de trabalho num dia que só tem 24 horas.
Mulheres abandonam a carreira depois da maternidade?
Não é o que vemos.
O que vemos são mulheres desistindo de remar contra a maré.
É extenuante.
Desumano.
Essas mulheres ficam numa espécie de “limbo”.
Elas querem trabalhar, mas não naquelas condições.
É urgente haver mais opções que ajudem essas mulheres a:
Se reencontrarem com suas habilidades, com seus sonhos e sua potência.
Pararem de se afogar em mil demandas de um trabalho sem significado.
Buscarem novos trabalhos com significado, contando com total apoio e conforto para suas inseguranças, que naturalmente surgem.
Não terem mais que se submeter a um mercado de trabalho doente, que só as esmagam.
Novas possibilidades de carreiras para mães.
A maternidade vale mais do que um MBA!
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Apoiar outras mães. Essa pode ser a sua entrega para o mundo.
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